terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Cap 18 - Perdida...


 Machucar quem é tão importante para si, realmente arranca um pedaço de nós.
 Lia não queria ter falado aquilo, mas será que apenas um pedido de desculpas consertará tudo?

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"Lia desliga o celular. Agora com a chuva mais estabilizada ela sente até uma luz. “Espero que o Ri-chan me perdoe! E também preciso deixar tudo claro para a Tônia. Ela também é minha amiga, preciso contar a verdade para ela”. Lia sai correndo na direção da casa da vó Zira."
Já de frente para a estradinha que leva até a casa da vó Zira, Lia vê Toni com um guarda chuva, parado olhando para frente com cara de preocupado.
— Lia-chan! — Ele fala e sai correndo ao encontro dela — Você está bem? —olha para os joelhos de Lia — Nossa! Seus joelhos estão sangrando! O que houve?
— Desculpe Toni-kun. Desculpe te preocupar. — Fala quase chorando — Eu estou bem, cadê a Tônia? Cadê o Ri-chan?
— A Tônia está lá dentro... — Lia começa a ir para a porta da casa — Espere. — Ela não dá ouvidos e entra na casa.
 — Tônia? Eu preciso falar com você, por favor...
 Tônia está sentada no sofá junto de vó Zira.
— Olhem só o estado da Lia, os joelhos dela... — Toni é impedido de falar.
— Venha Toni, as deixe conversar. — Vó Zira puxa Toni para a cozinha.
 Tônia se levanta e vai para perto de Lia.
— Seu joelho está sangrando...


— Desculpe Tônia. Desculpe esconder as coisas de você. — Lia se aproxima quase chorando — Aconteceram tantas coisas desde que cheguei naquela escola... E Ri-chan sempre esteve comigo...
 Lia conta tudo, desde seu primeiro dia. Tudo o que aconteceu na sua nova escola. Os problemas com os outros alunos. Sobre o Lain-sama. Sua amizade tempestuosa com Rikku. Os sentimentos que brotam no seu coração por conta de Rikku. Tudo.
 Elas dão alguns minutos em silencio.
— Realmente... Muita coisa para digerir... — Tônia fala olhando para o lado — E-eu acabei te julgando... Desculpe Lia-chii. Eu não fazia idéia do quanto foi difícil para você, mas... Se você gosta do Lain por que fica flertando com esse Rikku...?
 Lia aperta os olhos e olha para baixo. — E-eu não sei Tônia-chan...
— Sabe... Jamais imaginei que você iria se interessar por esses popularzinhos, ainda mais de outra escola... De outra cidade... E principalmente jamais imaginei te ver pelos cantos, agarrada com um garoto grosso que parece uma garota. Pra mim você se casaria com o Toni e s-seriamos uma família... — Escorrem lágrimas dos olhos de Tônia.
“Casar com o Toni?” Lia se pergunta.
— Desculpe Tônia-chan...
— Eu que peço desculpas... Venha, deixa-me cuidar dos seus joelhos. — Tônia diz secando as lágrimas em seus olhos.
— Eu preciso pedir desculpas para o Ri-chan... Eu disse algo horrível para ele...
 Tônia fecha a cara. — Ele realmente é importante para você não é?
— Muito!
— Ele está lá na varanda, sentado todo encharcado com cara emburrada.
 Lia vai às pressas para a varanda. Para na porta e vê Rikku sentado no banco com a cabeça em cima dos joelhos dobrados.
“Ele está todo molhado!”
 Lia sente seu coração apertar... Ela fica com medo.
— R-Ri-chan...  — O chama ao se aproximar e senta ao lado dele.
 O olha. “O que eu faço agora?” ela se pergunta.
— Me perdoa Ri-chan! Por favor! — Diz alto com os olhos molhados.
 Rikku não se levanta.
— Por favor, Ri-chan me perdoa... Eu não sei o que faço se você não me perdoar... — Lia começa a chorar — Eu disse aquilo sem pensar. Eu sei que você não faria nada para me afastar do Lain-sama. — Soluça e continua falando aos choros — Você não faria nada desonesto para se beneficiar. Eu não deveria ter falado assim de você. Por favor, eu imploro Ri-chan, me perdoa...
 Rikku levanta a cabeça.
— Eu nunca faria nada para me beneficiar e mais ainda... Eu nunca te usaria dessa forma. Todas as vezes que tivemos momentos juntos, foram os meus mais intensos sentimentos. Eu nunca brincaria dessa forma. Jamais faria essas coisas se eu não sentisse.
 Rikku para e olha para Lia. Essa que também para e olha para Rikku.
— M-me desculpa Ri-chan — Lia diz chorando — por favor, eu não quero que você me odeie.
“Rikku está com uma cara tão triste... Seus olhos estão vermelhos de chorar.”
— Seu joelho está sangrando... Sua caipira burra... — Rikku se aproxima de Lia, colocando a mão no rosto dela e curvando as sobrancelhas com os olhos lacrimejando — Você realmente acha que um dia vou conseguir te odiar?
 Lia arregala os olhos e os aperta com lágrimas.
— Sua caipira idiota. — Rikku a xinga ao mesmo tempo em que escorrem lágrimas de seus olhos.
“O Ri-chan chorando é tão lindinho, mas ao mesmo tempo me da um aperto no coração...”
 Lia não se contem e o abraça, esse que retribui o abraço fortemente.
 — Eu também nunca, nunca, nunca o odiaria — Lia não consegue terminar a frase, pois da um grande espirro.
— Vamos sua caipira burra. Você está machucada e molhada desse jeito ficará resfriada. — Rikku a puxa para se levantar.
— Você está mais molhado do que eu Ri-chan. — Lia observa secando o nariz.
 Os dois entram. Vó Zira já preparou o banho. Lia vai antes por conta do machucado nos joelhos. Logo em seguida vai Rikku. Enquanto ele toma banho, Lia se despede de Toni e Tônia.
— Me desculpem mesmo. — Lia fala tristemente.
— Tudo bem Lia-chan! — Toni diz sorrindo.
— Amanhã vem sua amiga Brenda não é? Já sabem o que vão fazer o dia todo? — Tônia pergunta.
— Mais ou menos. Amanhã eu conto a vocês. Boa noite.
 Eles vão embora. Lia e Rikku jantam uma sopa quentinha que vó Zira fez e vão se deitar.
 Os joelhos de Lia ainda ardem, mas a cama quente, depois de tantos problemas, realmente aquece seu coração.
— Sua vó é bem legal. Ela viu as coisas acontecendo e não disse nada. — Rikku puxa assunto já deitado em sua cama.
— Sim, ela sempre foi assim. Ela sempre tenta deixar as coisas se resolverem por si só e nunca faz perguntas.
— Você conseguiu se resolver com a caipira do mato né? — Ele pergunta curioso.
— Sim... Eu conversei bastante com ela. Contei coisas que eu não tinha contado ainda. Acho que era por isso que ela não te via com bons olhos. Ah é! Ela disse algo estranho sobre querer que eu me casasse com o Toni, acredita? — Fala estranhando e achando graça ao mesmo tempo.
— Hum... E você já pensou em ter algo com ele?
 Lia se levanta de espanto. — Hã? Você ta louco? O Toni é como um irmão mais velho. Sempre cuidando tão bem de mim. Eu nunca o vi de outra forma. — Diz séria.
— Você deveria deixar isso claro para a caipira do mato. Vai ver ela não sabe disso.
— É claro que sabe! Sempre falei que eles eram meus irmãos. — Diz se deitando novamente — É melhor irmos dormir, a Brenda-chan virá bem cedinho amanhã. Estou com uma enorme saudade dela! Acredita que ela me ligou quando eu estava lá na estrada?
— Hum... S-sério...? Q-que bom né? — Rikku pergunta de uma forma estranha.
 Lia nota o jeito estranho de Rikku, mas não comenta nada. — Sim...
 Ela queria falar sobre o ocorrido, mas... Como falar sobre aquilo? E o que falar? Será que realmente tem o que falar?
— D-desculpa c-caipira por ter começado aquilo tudo...
— Fo-foi culpa minha por te levar para aquele lugar... — Lia confessa.
— Mas... Mas eu acabei fazendo o clima ficar estranho... De novo...
— E-eu que comecei a fazer aquelas coisas... — Lia agradece pela luz estar apagada, assim Rikku não vê seu rosto vermelho — E-eu acabei me perdendo novamente... A-a gente tem que resolver isso direto...
— Vamos deixar isso para amanhã... Eu estou com muito sono. Falar disso agora não resolverá nada...
— É verdade... Boa noite. — Lia fala e agradece mentalmente por Rikku não querer falar sobre isso nesse momento.
 E assim eles ficam em silencio e adormecem. 

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 Lia e Rikku cada vez mais empurram as coisas que vêm acontecendo com a barriga. Será certo deixar passar, sem ao menos tentar resolver? Cada vez mais eles ficam entrelaçados um ao outro.
 No próximo capítulo teremos o retorno de Brenda na história, confesso que estou morrendo de saudades do jeitinho apaziguador dela, haha. Como será que os gêmeos vão tratar uma pessoa tão diferente como Brenda?


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